segunda-feira, 21 de julho de 2008


Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em taltal não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos, juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris, até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio, a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos com todos confundidos, com homens e mulheres, com a terra que implanta e educa cravos.
Pablo Neruda

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